ENTREVISTA | Eduardo Spohr
Da Publicação Independente a uma grande editora, Eduardo Spohr tornou-se um dos maiores nomes da literatura nacional fantástica com seu livro A Batalha do Apocalipse e posteriormente sua trilogia Filhos do Éden (Ambos publicados pela editora Verus e distribuídos em todo o país!). Jornalista de formação, escritor, blogueiro e podcaster. Eduardo Spohr participou da primeira edição do Encontro Literário no qual fui mediador e hoje aceitou responder algumas perguntas sobre sua carreira literária. Então, sem demora, vamos as perguntas:
1 – O universo de A Batalha do Apocalipse é
imenso, todas as castas, raças, nomes, anjos e demônios… é fascinante a forma
como é contada e gostaria de saber um pouco mais sobre suas inspirações para a
criação de todo esse universo e como você faz para ter o controle criativo de
todo ele?
Eduardo Spohr – Duas em especial são as
principais: a série de filmes “Anjos Rebeldes” e os quadrinhos da Vertigo (DC
Comics), como Hellblazer, Preacher, Sandman e Livros da Magia. É claro que,
além disso, eu tive muitas influências, de várias mídias. Por exemplo, as lutas
angélicas foram certamente inspiradas no anime “Cavaleiros de Zodíaco”. Os
monstros dimensionais tem alguma coisa de Lovecraft e a questão imortalidade dos
personagens sem dúvida veio dos livros da Anne Rice. A miscelânea de entidades
e deuses nasceu a partir da leitura dos romances de Neil Gaiman. Mas há muito
mais referências, que seriam impossíveis ser citadas todas aqui.
2 – Você começou a partir da publicação
independente e hoje isso está cada vez mais comum, agora com sites e
plataformas de autopublicação ficou ainda mais fácil as pessoas se lançarem
escritores, e o que você acha disso? Acha que para escritores iniciantes esta é
a melhor opção, qual dica daria para aqueles que estão começando e gostariam de
chegar a uma das grandes editoras do país?
Eduardo Spohr – No meu blog, o “Filosofia
Nerd”, fiz um post onde reúno uma série de opiniões de escritores, nacionais e
internacionais, inclusive os meus próprios conselhos sobre o assunto (se é que
eu posso dar algum). O texto pode ser acessado aqui.
Mas, de qualquer maneira, acho que a primeira dica (que todos podem concordar)
é escrever sempre, nem que seja um pouquinho a cada dia. Separe uma horinha
para se dedicar aos seus textos. Só treinando a gente aprimora o nosso trabalho.
Com o livro pronto e escrito, é preciso fazer com que ele seja conhecido e
lido. Além da tradicional busca por editoras, hoje temos muitos caminhos para a
publicação, desde a produção independente até as ferramentas eletrônicas.
3 – Uma característica que reparei em seus
livros, é que mesmo a história baseada em toda uma “mitologia” pré-existente.
Anjos, demônios, o próprio Apocalipse, guerras sobrenaturais etc. Você
conseguiu criar algo completamente novo e uma mitologia própria, com características
bem definidas. Poderia me dizer como se deu essa construção e como você
conseguiu deixar de lado tudo o que já existia, mesmo se inspirando em tudo
aquilo, para escrever A Batalha do Apocalipse?
Eduardo Spohr – Começou justamente
através do RPG. Na época nós (eu e meu grupo) jogávamos no Mundo das Trevas,
uma ambientação de RPG que incluía vampiros, lobisomens, fantasmas e magos.
Depois que assistimos ao filme “Anjos Rebeldes” (1995), ficamos com vontade de
jogar com anjos e demônios, mas não existia regras para tal, então nós a
criamos. Inventamos muitos personagens e situações. Eu peguei esses fragmentos
e os costurei no meu primeiro livro publicado: “A Batalha do Apocalipse”.
Portanto, vale lembrar, esse universo nasceu de uma criação coletiva. No
Desconstruindo 15 (podcast do meu blog) falo melhor sobre isso.
4 – Apesar de não ser um livro religioso, A
Batalha do Apocalipse é inspirada na bíblia, mas é um livro de fantasia, que
até muda alguns conceitos que as religiões que se baseiam neste livro pregam
desde que ele foi criado. Como foi a recepção de leitores e até de alguns
religiosos, caso houveram, quanto a sua história e como você lida com isso.
Eduardo Spohr – O que está nos meus
livros é ficção, unicamente. Não é para as pessoas acreditarem ao pé da letra.
Mas eu acredito na metáfora. Por exemplo, como o Paraíso sendo a nossa
inclinação para o bem e o Inferno, para o mal. Nesse ponto (metafórico), creio
que a história faz mais sentido. Sempre fui muito claro em relação a isso,
sempre disse (e ainda digo, em todas as minhas entrevistas) que escrevo
fantasia. Então nunca tive problemas com religiosos e nem com ateus – pelo
contrário. Já soube de pastores que levaram os meus livros para a igreja e
sugeriram que os fiéis lessem, para depois discutir como aquela aventura (de
ficção) se relacionava com as coisas que eles acreditavam.
5 – E gostaria de saber se já possui algum
projeto futuro. Pretende lançar mais livros neste universo ou está criando algo
completamente diferente. O que podemos esperar nos próximos anos ou até mesmo
meses?
Eduardo Spohr – Estamos no momento
trabalhando no site de Filhos do Éden, que vai reunir contos, materiais de
RPG, fanfictions, posters, tudo gratuito pra galera. :)
É
isso aí, pessoal. Esta foi minha entrevista com Eduardo Spohr. Espero que
tenham gostado das perguntas e das respostas. Vocês podem acompanhar mais sobre
o Eduardo nas Redes Sociais para as próximas novidades! Não deixe de me seguir
nas redes sociais. Estou sempre postando novidades sobre o mercado editorial por
lá! Até mais. :D
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